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Efeitos da novilíngua

Assunto
Energia
Numero
844

Efeitos da Novilingua e outros delírios

“Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força”

Orwell, citado de memória

Vivemos tempos delirantes em que a palavra e o seu contrário (que não é o silêncio, que não mente) valem o mesmo, nada.

Vivemos tempos em que dizer, como se fosse tomar um café, que um míssil sobre uma central nuclear não oferece problemas (a não ser a eventual explosão do reactor dessa, que até Chernobyl e depois Fukushima nos diziam que não era possível!), e vivemos tempos em que conhecidos demagogos podem dizer, sem que os jornalistas os contradigam, que a nuclear irá substituir o gás (mas como se a nuclear só produz electricidade , menos de 10% na Europa, 2% a nível mundial da energia!), e as próximas a serem construídas (e a maioria das actuais serão encerradas nos próximos 10 anos!) só estarão prontas daqui a 15 ou 20 anos! E a ficção dos pequenos reactores (com todos os problemas dos outros!) nem daqui a 20 ou 30 anos a não ser em experimental. A fusão é para o próximo século e aí talvez só com pedras a acompanhar, no regresso à idade dessas!

Vivemos tempos difíceis e nós próprios temos dúvidas sobre o caminho.

Mas temos por certo que não será com a nuclear, em nenhuma das modalidades que iremos continuar. E com a guerra na Ucrânia, é inacreditável como apesar desta vejamos a tentativa de trazer de volta essa tecnologia só para aquecer água, fissionando átomos e emitindo toneladas de resíduos radioactivos e para sempre, num momento em que vemos mísseis a assediar essas centrais e se hoje são na Ucrânia, amanhã.... podem chegar a Berlim. E não quero esquecer que recentemente foi referido que nem a França tem técnicos em número e capacidade suficientes para um programa nuclear.... imaginem o que vai acontecer a centrais nucleares geridas por “magalas”.... poderá acontecer o mesmo que acabou com a central búlgara ou que devastou Chernobyl.

No dia 12 de Março estaremos perto de Almaraz, em Navalmoral de la Mata, a lembrar o desastre, a plantar futuro e a denunciar a tentativa de continuação da nuclear.

E a apostar resolutamente noutro paradigma para a economia, sair da lógica de crescimento em direcção ao colapso e apostar na recuperação, na reciclagem na eficiência energética e no não mercantilizável. Recentemente apresentámos propostas, resultantes de muitos anos de trabalho colectivo, para alterar essa lógica dominante, que estão acessíveis no nosso local : https://obseribericoenergia.pt

E somos defensores intransigentes dos direitos civis e das liberdades políticas mas somos contra o espírito de guerra que domina o espaço público sem que um único defensor da não violência e da resistência civil como alternativa política seja ouvido. Na Ucrânia também resistimos ao rolo compressor, com as mãos e o espírito.

António Eloy & José Gonzalez Mazon (Chema)

Observatório Ibérico Energia & Adenex

 

 

 

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