Erros e Disparates
Na Pro-Tejo temos tido algum debate sobre aeroportos.
Não há nada pior que não reconhecer os erros.
A entidade tomou, por proposta minha, uma posição clara: Montijo não, e não se pronunciou sobre nenhuma outra opção. Defendemos uma Avaliação Ambiental Estratégica apropriada, que obviamente terá que considerar todas as opções, entre as quais nem mais um aeroporto, temos suficientes, Beja e bases (9, 9! ) da Força aérea, e a redução dos voos e mesmo o fim das low costs, que estão associadas à maior praga que nos invade, o turismo de massa destrutivo do território e da sustentabilidade. Menos aviões (e alteração dos paradigmas, e mais comboios) é desde logo o ponto central.
É essa a posição ecologista, na linha de uma organização notável a ATerra, que se envolve em acções não violentas de desobediência civil.
É a posição que já defendi em artigo no Público há cerca de 4 anos e que vem fazendo caminho.
Admito, por escolástica, discutir um aeroporto, mais um é certo, na zona de Vendas Novas, mas teria que ser num quadro global e ibérico que julgo longe de existir.
Manifestei a minha total oposição ao envolvimento da Pro-Tejo no apoio a uma organização que defende um aeroporto para Alcochete (que é quase, quase tão mau como o do Montijo) sem qualquer debate interno, e sou surpreendido por depois das minhas críticas ainda virem dar algum apoio a um aeroporto (morto e enterrado por ser um completo desastre ambiental e em termos de trafego aéreo) na Ota, defendido por um grupo que também defende a nuclear (FAPAS), e recordo de ter estado enquanto dirigente dessa em luta contra esse.
Curioso que os actuais defensores de Alcochete já foram extremes defensores da OTA (diz-me por onde anda o guito!), estive numa reunião da Vereação de Lisboa onde o (ex) director do LNEG até teve um puxão de orelhas do Presidente Costa por não responder (insultar!) às questões que lhe coloquei. Hoje é um arauto de Alcochete....
Pois relevante falta de orientação política, no caso, talvez por sair do âmbito onde tem excelente trabalho, a Pro-Tejo apoiou ontem Alcochete e hoje a Ota, mesmo que tenha sido informalmente.
Tenho que dar-lhes um puxão de orelhas.
A posição ecologista é
- menos, muito menos aviões
- Esperar por uma avaliação ambiental estratégica em condições e global
- Não embarcar, não embarcar mesmo em atordoadas (mesmo quando disfarçadas como sendo contra o Montijo, mas com o rabo de fora) em favor de Alcochete ou na miserável posição que procura ressuscitar a defunda Ota (nem Mao quando escreveu como Yukong removeu montanhas se atreveria a tal, pois a Ota teria que ter um monte.... removido, e Mao era só retórica!).
A Pro-Tejo que tem um trabalho notável que partilho não merecia ser sujeita a esta golpada de baixo nível, em relação à qual penso que só houve abuso da sua (nossa) ingenuidade.
A luta contra o Montijo e mais aeroportos em geral é base do nosso munús. E não há nuclear bom!