Montado
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recomendo sem reservas, lamentando que só esteja numa sala (cheia) e num só horário, e ainda por cima mal sinalizado no cinecartaz.
Gostei muito, mas preferia ver sem ser dobrado para português numa voz melíflua e irritante e julgo que com alguns erros de tradução. É um filme excelente e quase sem erros do ponto de vista científico.
Felizmente houve algum comentário no final que assinalou que não são só os insectos e vírus que acabam com as árvores, sobreiros e azinheiras (e porque razão o ICNF não deixa derrubar árvores atingidas que assim podem desenvolver os ditos e passá-los, como referiu uma senhora no debate?), nem as alterações climáticas que vão acabando com o montado (que é um erro comparar com a savana africana, o montado é uma construção do homem na paisagem! e a savana, pois é savana....)
Alguém lembrou que uma área de montado maior do que a devastada pelos incêndios da serra da Estrela foi destruída, directa e indirectamente, pela inútil barragem de Alqueva, hoje em vias de se transformar, também pela própria lógica de regadio intensivo num pré-deserto, onde o solo já praticamente não existe! e que também o montado de Boticas a Alcalaboza é zona cobiçada por toda a espécie de extractivismos, que destróiem, poderão destruir áreas imensas, os solos, a dehesa e o montado e acabam, ou acabarão com a pouca água que ainda resta.
GRT também foi lembrado, um defensor emérito do montado e das actividades humanas que o fizeram, a ganadaria do bravo, o fruto da azinheira (o porco ibérico) e a transumância, que aparecem no filme mas a sua ligação ao montado de que são elementos constituintes só é abordada de passagem (notável a sequência da ovelha a ser comida por abutres).
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