Pensar como uma árvore?
de artigo de opinião de António Araujo:
#a leitura de um dos livros mais encantadores, belos e poéticos que li nos últimos tempos, “Pensar como uma montanha”, de Aldo Leopold, há pouco editado ou reeditado pela Maldoror*, sempre fantástica. "O bando emerge das nuvens baixas, um esfarrapado estandarte de aves, juntando-se e afastando-se, mas avançando, com o vento a batalhar amorosamente a cada bater de asas. Quando o bando não é mais uma mancha no céu longínquo, ouço o último grasnar, dobrando a finados pelo Verão." Conheci-o pela mão sempre sábia da Ana Coelho, da Palavra de Viajante, uma das melhores livrarias de Lisboa e do meu mundo tão pequeno. A dado trecho, Aldo Leopold, que trabalhou quase 20 anos nos Serviços Florestais dos Estados Unidos e foi figura-chave do movimento conservacionista americano, descreve o abate de uma árvore antiga, o lento avançar da serra pelos círculos concêntricos do seu tronco; em cada um desses círculos, correspondente a uma década, fala do que ia sucedendo no atribulado reino dos homens. A História patente em madeira.#
E com uma nota de sublinho para a Palavra de Viajante e a Ana!
* lembro-me uma edição, penso que de J.C.M.; com idade adolescente!