Intensivismo
Envia-nos o nosso amigo e colaborador Fernando S. Pessoa uma nota a propósito da notícia de ontem sobre o mar de Aral. A transcrevemos parcialmente:
"É impressionante os milhares de solos desertificados que deixaram sem modo de vida milhares de camponeses, e as carcaças de navios a apodrecer nas margens secas do mar. Tudo obra dos grandes engenheiros agrónomos produtivistas soviéticos, que desviaram os rios que afluíam ao Mar de Aral, para irrigarem milhares de ha de algodão; quando deixou de produzir...foram-se embora. É um pouco como os regadios intensivos do nosso sul português, quando o lucro deixar de interessar ao capital investido, larga e vão para outro lado..."
Recordo quando andámos com G.R.T. a procurar e apresentar alternativas a este produtivismo sem sentido que matou, matou mesmo dezenas de habitantes da região, e a desertificou completamente. Hoje os solos quase não existem, camponeses não há (há, sim, umas centenas de vietnamitas....) a água suja (cheia de contaminantes) continua a ser desperdiçada a esmo, e as monoculturas esgotam o espaço. Mas os média da hegemonia e os seus escribas (eu fui censurado num jornal pago pela EDIA, por ousar criticar o empreendimento sem fim, o Diário do Alentejo) continuam a publicar páginas em louvores...... sem contraditório, como é aliás hábito generalizado.