Contra a ignorância, sobre FOGOS
Aqui o resultante:
e não é preciso inventar, aqui, novamente:
(...) Nunca papei a ideia bizantina que os fogos eram oriundos de uns maluquinhos, a mando ou não, que esfregavam uns pauzinhos, por isso é com a maior estupefacção que vejo o primeiro ministro, logo secundado pelos locutores da hegemonia vir voltar a tentarmos engolir esse peixe, até nos engasgar para não dizermos nada.
Vamos voltar a desvalorizar as razões dos fogos e andar à cata desses malucos, que não existem, ou são tão poucos como agulha em palheiro, em vez de atalhar os verdadeiros problemas.
1- Errática organização da protecção civil, espartilhado por concelhos ou lógicas territoriais absurdas, e sem hierarquias e lógicas de comando funcionais, sem ligação efectiva com o país que vive.
2- Desorganização do planeamento e ordenamento do território e falta de políticas de ruralidade que ponham cobro à criminosa eucaliptação e monoculturas florestais, também com o pinheiro.
3- Menorização das alterações da tipologia meteorológica que advém das alterações climáticas, por exemplo ventos extremos no período que antecede o crepúsculo, calores e secas que alteram o conteúdo da humidade atmosférica e que induzem aos fogos rasteiros.
É que enquanto estamos à procura, influenciados pelos média do poder, à procura de um ou outro maluco que pode ter sido responsável de um ou outro fogo, não atalhamos o que é essencial e isso é um política de destruição do nosso espaço rural, por lógicas de plantio industrial de espécies exóticas e pela expulsão dos rurais que trabalham a terra com a agro-pastoricia e que dão vida ao território. Nunca esquecerei a peregrina ideia de limpar as florestas, mas o que é limpar as florestas e o que são florestas? (...)