A IDEIA, revista de cultura
libertária.
Que entra aqui na Nuclear, dado o papel central que nela tem o meu velho amigo António Cândido Franco, que conheci ou nos Amigos da Terra ou no Grupo Ecológico de Letras, e com quem nesses tive amizades e desavenças, sem que com tal, como com tantos outros deixar o apreço e a amizade.
E tenho que dizer 1º do meu lamento por a comunicação social da hegemonia ignorar (tanto quanto me apercebi) esta excepcional publicação (da qual todavia discordo do formato lista telefónica, difícil de ler, de levar para o café e manusear!). Uma revista de altíssima qualidade e muita, muita teoria e também história ( e a discussão desta). Já dela falei na Rádio e aqui menciono, também, que se pode encontrar na excelente livraria Letra Livre, na Calçada do Combro 139, Lx.
Gostaria de referir com detalhe vários artigos, textos longos e profundos que muito me agradaram, desde logo os do A.C.F., mas também o sobre o marranismo de Camões, ou sobre António Sérgio, os naturianos (que poucos conhecerão!), a greve mineira, ou aqueles sobre queridos amigos, como João Paulo Cotrim ou Nuno Teotónio Pereira, e a revista de livros.
Um trabalho de edição imenso, sendo que para mim haverá alguns artigos ou inúteis ou desnecessários, mas claro há sempre, e o editor é que manda, como noutro artigo sobre Pauvert sabemos.
No meu blog (abaixo) publico a capa e artigo sobre a Ucrânia, em linha com o pensamento que partilhamos.
Romper com a Hegemonia, com o pensamento único imposto pela comunicação social dominante (toda ela ligada aos capitais financeiros na maioria meramente parasitários e especulativos, sem lógicas de produção mas meramente ganância de mercado!) e que formata o social é tarefa ciclópica.
Por isso, claro, não admira que esta A IDEIA esteja escondida.
http://signos.blogspot.com/search/label/pensamento%20libert%C3%A1rio
confusão e ausência de Europa
que aliás tive oportunidade de clarificar em declarações a uma rádio, sobre notícias totalmente inverosímeis, sobre o gás argelino (que já era também H2 e electricidade, vejam lá!), mas que mostram que, infelizmente a Europa não é senão uma choldra sem uma ideia de gestão colectiva:
https://www.repubblica.it/green-and-blue/2023/01/23/news/energia_gas_europa_meloni-384772537/
nada que preocupe a extrema direita, que está no governo em Itália e por tal....
e se o problema fosse só
este, até poderíamos estar mais ou menos descansados.
mas não há problemas (humanos ou não!) em todo o ciclo de produção a partir da fissão nuclear, que também é dos SMRs!
E continuam a haver grupos que se reivindicam de cidadania que dão palco, sem contraditório, a arautos desta tecnologia moribunda. Lamentável
ISTO SIM!
INTEGRAÇÃO, E SOBRIEDADE, E SUSTENTABILIDADE:
https://www.repubblica.it/green-and-blue/2023/01/30/news/agrivoltaico_esperimento_alto_adige_mele-385162408/
UM EXEMPLO DE ITÁLIA, que já com a slow food se tinha posto na vanguarda.
Até a geotermia bate a nuclear
aquela, inexistente, os SMRs, que o Livre e o Fapas defendem:
ou melhor os presidentes e membros dos mesmos.
Ghana
poderia ter ficado mal por duas vezes aqui:
https://350groc.org/re4c-in-5-regions/
primeiro quando caí num esgoto, a céu aberto, e depois quando fiquei a proteger a saída dos companheiros dos tonton macoute que nos ameaçavam. Está por aí escrito!
problemas, fissuras atrasos e mais problemas
e,
não param, os problemas.
Ucrânia, opinião informada 1
De António Mota Redol:
Recordar-se-ão que assegurei, com base em informação de um militar de artilharia que participou em acções da Nato em vários pontos do mundo, que os combates nas cercanias da central com forças de infantaria e com tanques, não poderiam provocar danos, que seriam muito gravosos, com resultados tipo Chernobyl ou Fukushima.
Danos que não poderiam ocorrer na parte mais sensível dos reactores nucleares, protegidos por contentores de betão muito espessos e por uma cuba de aço também bastante espessa. Apenas misseis muito potentes e perfurantes, que não são utilizados nos combates de rua, poderiam provocar um acidente nuclear grave.
Só uma acção intencional poderia levar aos desastres anunciados pelos ditos "comentadores", que não sabem do que falam. Todavia, de forma mais simples, bastaria alguém na sala de comando cortar o arrefecimento do núcleo de um reactor para provocar um novo Chernobyl ou Fukushima.
Em Setembro, dei notícia da missão da Agência Internacional de Energia Atómica, cujo Relatório revelava não ter encontrado qualquer dano nas partes sensíveis dos reactores, mas apenas em edifícios administrativos e num edifício que albergava resíduos radioactivos, embora sem atingir a sua parte mais sensível e protegida. Este Relatório, embora escondendo que os bombardeamentos que estavam a atingir a central eram de origem ucraniana - como revelaram fontes estadounidenses e tendo-se sabido posteriormente que uma delegação de habitantes da zona entregou ao Director da AIEA um abaixo-assinado com cerca de 20.000 assinaturas em que se apelava à AIEA para que pressionasse o Governo ucraniano no sentido de cessarem os bombardeamentos com mísseis à central.
Após esta missão da AIEA, e, apesar de se esconder quem estava a bombardear a central e o encontro com a tal delegação, os "comentadores" calaram-se. O Relatório contrariava as suas mentiras, que também eram propaladas pelo governo ucraniano.
Relatórios posteriores da AIEA revelam que os bombardeamentos pelas forças ucranianas continuaram. Todavia, esses bombardeamentos atingem, apenas, as linhas de alta tensão que saem da central, com o objectivo de cortar a energia eléctrica à zona dominada pela Rússia tal como a Rússia, ao bombardear as linhas que saem das outras centrais eléctricas ucranianas, nucleares e não só, tem como objectivo cortar o fornecimento às zonas que o Governo ucraniano controla.
Ucrânia, opinião informada 2
A AIEA, no Relatório referido, recomendava que se criasse uma zona de exclusão em torno da central de Zaporijia - que as forças ucranianas tentaram várias vezes recuperar sem êxito, até nas vésperas da visita da missão, o que foi interpretado por alguns como sendo uma tentativa dos ucranianos para impedir a visita, pois sabiam que ela acabaria por não confirmar as suas mentiras.
Nas informações recentes daquela Agência relatam-se os acontecimentos diários, entre os quais os bombardeamentos das linhas que saem das várias centrais e nucleares e insiste-se na criação da zona de exclusão em Zaporijia, o que implicaria que as forças russas abandonassem a central, situação que seria favorável ao governo ucraniano e que aquelas forças não quererão empreender.
Lembremo-nos que o Director-Geral da AIEA é um diplomata de carreira argentino e não um técnico como era habitual naquela entidade. Por isso, apesar de os Relatórios serem elaborados pelos técnicos, têm sempre o toque final do político, que não pode fugir à orientação ocidental predominante.
É importante referir que apesar de tanto russos como ucranianos bombardearem as linhas de alta tensão que saem da central, os mísseis em questão não deverão conseguir destruir o contentor. Só um erro no lançamento de um míssil poderoso e perfurante dirigido a outro objectivo pode fazer que seja atingido e destruído o contentor do reactor e talvez a cuba. Nesse caso, o resultado já seria grave, provavelmente com disseminação de produtos radioactivos nas cercanias. Mas não um desastre tipo Chernobyl ou Fukushima.
Como tem sido dito e já escrevi, o corte das linhas implica não haver alimentação da central com energia elétrica para fazer funcionar o circuito de arrefecimento do núcleo. Mas, nesse caso, entram em serviço os geradores a gasóleo. Em Fukushima, não funcionaram porque foram postos fora de serviço pelo maremoto. O mesmo que se disse para o reactor pode ser escrito, em parte, para o edifício de armazenamento dos produtos radioactivos resultantes da reacção de fissão no núcleo e retirados de ano a ano. Mas aqui não há o problema do arrefecimento. Um acidente terá sempre um efeito mais restrito que os grandes desastres referidos.
De qualquer forma, continuo a dizer que todo o ciclo do urânio, desde a mineração até à utilização nas centrais, é altamente perigoso e de evitar.