Livros e papel
Entro, algumas vezes nas livrarias da especulação, e sou sempre aniquilado pelas toneladas, toneladas de lixo impresso, que ninguém compra mas que ocupam pilhas e pilhas, e sei que o destino nem chega a ser a reciclagem, a maior vai directamente para o lixo. Pergunto porque razão continuam neste ciclo parasitário? Porque isto é o sistema.
Nas pequenas livrarias, alternativas ou específicas, vamos encontrando outros e gente que os conhece:
temos uma boa livraria francesa e outra de viagens, temos as pequenas livrarias anarquistas, e claro as várias Ler Devagar. E pelo país fora ainda algumas resistem.Nenhuma com as últimas em castelhano, que compro directamente em Espanha noutra pequena livraria.
Neste período exige-se contenção, menos ofertas, sobretudo as inúteis, e menos compras nas tais da especulação e nada, nada online ou na Amazon. Façam como eu ofereçam livros da vossa biblioteca, alguns até com marcas que são sinal de consideração para com o ofertado, e confiança.
Mais para quem quiser saber....
Mais uma COP, que não serviu para nada,
a não ser agravar as emissões de CO2! Com as centenas de aviões privados, as centenas de inuteis que aí se deslocaram, as inacreditáveis declarações do presidente Azerbeiji "o petróleo e o gaz são dons divinos e nós vamos continuar a bombar!" Tudo isto serviu para quê? Para dar uma justificação à continuação das emissões, à ditadura azerbeiji? Aos lobyistas que eram mais que as mães?
Finalmente cientistas e políticas dizem que é preciso acabar com estas palhaçadas, onde boa gente continua a investir inutilmente.
Haja vergonha e denunciemos. Não nos cansemos que o tempo não pára.Toc,toc,toc,toc.
Alternativa? A defendemos há mais de 50 anos e outros antes de nós!
Amante de vulcões
o título remete para um magnifico livro de Susan Sontag: https://en.wikipedia.org/wiki/The_Volcano_Lover, mas eu o sou:
este é o último registado.
O jornalismo é hoje algo em vias de extinção.
E jornalistas a sério que não sejam copiadores ou opinadores, ou locutores ou comentadores já não há praticamente nenhum. Quase nenhum mesmo. E quando há um ou outro lá está o editor o político (travestido de editor) a orientar a produção final a dar-lhe o titular, a desviar a atenção e rapidamente a subornar o intento jornalístico.
Fiz um mestrado em Comunicação Social e tive como colegas a nata, a nata mesmo do verdadeiro jornalismo. Hoje todos reformados. E tive como professores verdadeiros mestres, com os quais tínhamos discussões épicas. Sei do que falo e penso o que digo e escrevo. O exemplo do ex-jornal Público seria na altura matéria de análise*, mas não escaparia nenhum, o Expresso é desde há muito um mero projecto político, o D.N. nem sei o que é, e outros ou estão em vias de extinção ou sobrevivem articulados com manhas.
Não é que em todos eles não haja profissionais da escrita, alguns até bons amigos que partilham estes pensamentos mas não os podem divulgar. E aqui e ali, embora com o ranço editorial ainda se leem boas reportagens (1), algumas até sem comentadorismo.
E depois por lá andam as tais aventesmas a perorar a favor da dita democracia. Mas democracia é liberdade de expressão (não a temos! como vimos acima), independência do sistema de justiça (deixem-me dar duas ou três gargalhadas, para não ser acusado de difamação), e possibilidade de escolha dos governantes (mas com a oclocracia ** e a ditadura dos partidos tal não existe de facto)
(1) A reportagem do Público sobre o ruído aeroportuário é um exemplo. Nem uma palavra sobre as verdadeiras alternativas, só as editoriais.
* o protagonismo pró-nuclear é um dos muitos exemplos, além da ideologia do pior neo-liberalismo, que denomino teresasousismo, rasca e manipulador. Alienado mesmo, que domina os opinadores desse.
** Tema de próximo e certamente último livro ainda em elaboração e buscando editor!
Oclocracia
Voltemos ao Eça, mas substituamos plutocracia, que é real, por oclocracia, em linha com Gramsci, Arendt, Anders, Chomsky, mas também Gasset ou Negri e até Reich!! que é o sistema em que vivemos mergulhados e tema em torno do qual estou a preparar o meu último livro.
https://www.dn.pt/6079534476/a-licao-de-eca-sobre-a-america/
mais um artigo do Viriato, também com um diagnóstico acertivo dos média, que não vi mas em linha com a hegemonia que é uma perna do tripé da oclocracia.
Ai, ai Kamala
Já tínhamos previsto, só penso que o total esmagamento surpreendeu.
Perdeu 20% dos votos negros, perdeu os votos judeus (O JVP são muitos mais que os grandes magnates), não teve nenhum voto árabe, e em vez de fazer campanha deixou-se enredar nos discursos a denunciar o fascista. Não se demarcou, como devia, do inútil Biden. E nem sobre alterações climáticas deu um passo em frente, antes pelo contrário continuou a apoiar o fracking. Só no que toca aos direitos das mulheres tinha algum contributo positivo, é que nem sobre imigração mostrou humanidade. Fez tudo mal até usou a cartilha do teresasousismo.
Para direita, extrema mesmo, já lá estava o outro.
Claro que o tombo foi gigantesco e é tempo de a esquerda, os liberais como a chamam nos E.U.A. dar uma resposta ou ficará a ver navios por. muitos, muitos anos.
Eu em qualquer dos Estados in balance teria votado, sem hesitar Kamala. Ora chegam-me inúmeras mensagens em desespero....
https://www.commondreams.org/news/the-resistance-to-a-new-trump
pois é chorar sobre o leite derramado....
Ainda haverá?
Pois é uma pergunta lançada ao tempo:
https://www.dn.pt/6041200083/o-futuro-seria-uma-boa-ideia/
sabendo nós que o tempo é uma ficção no espaço.
Camilo Mortágua
Hoje aqui o registo:
http://signos.blogspot.com/search/label/Camilo%20Mort%C3%A1gua
foi um grande Homem.