cont. opinião C.A.
Em «Vamos falar de polinizadores?» diz-se em subtítulo: «Segurança e saúde alimentar, agricultura sustentável, equilíbrio ambiental e dos ecossistemas, biodiversidade... Estes temas sérios e essenciais estão nas mãos, ou melhor, nas patas, de vários animais que a atividade humana está a dizimar.» Outras contas do mesmo rosário são desfiadas: a Lista Vermelha de espécies em vias de extinção; o mundo maravilhoso das formigas; como ser um turista eco-consciente e responsável; o poder da natureza; páginas especiais para crianças; etc.
Bem. E onde está o núcleo de falsidade? Um pouco por aqui e por ali, em tudo isto, mas sobretudo onde sabiamente se encaixam as «virtudes ambientais» dos donos de My Planet, a Navigator. E também aqui o falso está bem embrulhado em verdadeiro ou verosímil. O artigo «Restauração de ecossistemas nas florestas da Navigator», por exemplo, exalta a atenção constante que a empresa dedica aos espaços de biodiversidade e aos serviços do ecossistema.
Mas em parte alguma se explica como pode isso compatibilizar-se com a monotonia monoespecífica dos eucaliptais da empresa (por mais bem cuidados e «geridos» que possam estar) e sobretudo com o papel histórico que teve na implantação em Portugal do paradigma da presença monoespecífica do eucaliptal, seja nessa ou noutras empresas da pasta e do papel, e sobretudo em numerosos pequenos e médios proprietários de matas que foram caindo nas malhas do eucaliptal, como fornecedores de uma indústria que modelou a seu belprazer, com cumplicidades e compadrios no aparelho de Estado, o mercado da madeira no país.
Seria um equívoco grosseiro pensar que essa indústria, em que a Navigator brilha indiscutivelmente como a estrela da companhia, é o único responsável pelas recorrentes e avassaladoras vagas de incêndios (nem rurais, porque a ruralidade foi entretanto praticamente destruída; nem florestais, porque o termo «floresta», embora seja por muitos aplicado à floresta económica, artificial, é, mesmo neste caso, incompatível com o baixíssimo grau de biodiversidade consentida pelo eucaliptal estreme, por mais «bem gerido» que este seja). Mas que foi uma peça mestra no conjunto de causas intrincadas que nos levaram a essa situação, disso nem a própria indústria duvida.[My Planet; myplanet.pt onde pode fazer a sua assinatura gratuita; diretor: Rui Pedro Batista; editor The Navigator Company; Av. Fontes Pereira de Melo, 27 – 1050-117 Lisboa; trimestral; publicação gratuita].#
dados e mais....
aqui, de qualidade séria:
https://www.apren.pt/contents/publicationsreportcarditems/boletim-renovaveis-agosto-2021.pdf
vale a pena!
lemos e não acreditamos
na leveza, ou melhor na leviandade deste texto....
parece uma brincadeira, mais cosmética para aqui, mais maquillhage para ali, uns pózinhos de perlimpipm e já está.
Mas estão a brincar aos cowboys?
Como aqui:
https://www.sortirdunucleaire.org/EPR-de-Flamanville-une-scandaleuse-autorisation-d
que é mais do mesmo e igual, igualzinho!
mais sobre a opinião da C.A.
que como de costume tem a "gentileza" e elevação do J.C.M.. um dos pilares do movimento ecologista!
Nós:
À opinião da Campo Aberto, falta ainda a crítica aos conteúdos dos artigos, onde, certamente, há, muito, gato escondido. Desde logo a ideia, errada, que está nas nossas mãos bla, bla, bla, Não, a não ser que mudemos o sistema produtivo desenvolvimentista e consumista sem nexo nem valores, pouco podemos fazer Mas isso não cabe neste My....Ou restaurar as florestas de eucaliptos (que saudades do nosso querido G.R.T.!) ou qualquer dia uns artigos sobre a nuclear boa...tudo e o seu contrário só para continuarem o seu ganhócio.
Opinião da Campo Aberto I
#My Planet
By the Navigator Company
n.º 8 – julho de 2021
Esta revista, que tira 13300 exemplares gratuitos (o que não está ao alcance de nenhuma pequena, ou mesmo grande, associação ecoambiental em Portugal), publicada pela ex-Portucel, por muitos criticada como corresponsável pelo desastre ambiental em que se tornou o território português no último meio século, é uma sofisticada operação de Relações Públicas (novo nome para a velha propaganda, modernizada) que deixa a léguas de distância a vulgar «lavagem verde» (greenwashing). E porquê?
Porque a «lavagem verde» é demasiado evidentemente falsa, desde as mais grosseiras às já um pouco requintadas, mas que não chegam a compreender que, para que a mentira ou a falsidade «peguem», têm que estar envolvidas numa razoável dose de verdade ou, mais exatamente, de verosimilhança.
Isso, My Planet fá-lo com arte e subtileza, bem ajudada pelo formato álbum das suas 72 páginas de papel de excelente qualidade e belíssima impressão a verde e imagens multicoloridas, tratadas por paginadores, grafistas, ilustradores e redatores profissionalíssimos (e certamente bem pagos, aí está, algo em que as associações sem fins lucrativos ficam também irremediavelmente para trás). Mas a principal «ferramenta» é a parte de verdade que envolve o núcleo de falsidade, sendo que este até parece pouco presente, cedendo «generosamente» grande parte do espaço à tal indispensável dose de «verdade» para que a operação resulte a contento.
Vejamos neste número. Logo na capa, lemos: «Está nas nossas mãos: Travar as alterações climáticas passa por mudar hábitos e atitudes, apostando na regeneração dos ecossistemas e em soluções naturais de consumo. Se agirmos já, ainda vamos a tempo.» Ou ainda: «Amazónia em perigo: A desflorestação da Amazónia é uma preocupação mundial... a maior floresta tropical do mundo e o habitat com maior diversidade... carne bovina, um dos principais motivos de desmatação amazónica.»
E no artigo «A década dos ecossistemas»: «Recuperar os ecossistemas degradados é imprescindível para a luta contra as alterações climáticas e a perda da biodiversidade.» A polinização, um tema absolutamente crucial de que a imprensa generalista pouco fala, tem aqui honras de um artigo de três páginas, visualmente muito atraentes.
Será uma vergonha
e penso que pode ser o começo do fim da U.E., se isto for para a frente, tal a enormidade e infracção do espírito dos Tratados:
é certo que se fala disto há muito tempo, mas é agora no estrebucho das nucleares que tentam dar-lhe um sopro.
Os riscos, mesmo o acima referido, são enormes.
Brincando aos cowboys
mais uma brincadeira, custos proibitivos, eficácia muito, muito reduzida e vamos lá a continuar a festa....
não há, não há mesmo tecnologias eficientes para reduzir o CO2, e isto é mais propaganda para continuar tudo na mesma, pior.
e se
e se outro dos sistemas falhasse, e se houvesse um erro, e se....
esta não é assim tão longe.....
Monbiot no seu melhor
que é quase sempre, contando que me escreva sobre a nuclear, que aí é de fugir.....
mas no resto é duro e directo. E seguro. E económico. E sustentável.
verdes....
sem línguas de pau....
https://europeangreens.eu/climate-action/
e com dúvidas, ou pensamento à temperatura de ebulição.