As revoltas....
Hoje, enquanto tomava chá e entre duas caminhadas, acabei este livro, que muito recomendo:
https://www.seuil.com/ouvrage/les-revoltes-du-ciel-jean-baptiste-fressoz/9782021058147
embora seja muito, et pour cause, centrado em França dá-nos uma visão global das alterações climáticas ao longo da história, ou como os cientistas e políticos as analisaram.
A articulação da ciência com a política e a finança é um elemento chave para as políticas florestais que estão no centro do pensamento "climático" a partir do século XV.
As Revolução Francesa e os tempos que lhe sucedem até bem dentro do século XIX são escalpelizados.E a história actual....
E saber que no inicio do século XIX o governo francês lançava um inquérito sobre a nossa responsabilidade nas alterações climáticas e que em 1956 as indústria petroliferas já tinham relatórios sobre a relação do CO2 e as alterações climáticas não são pormenores.....
Bernard Laponche
Dá-nos uma entrevista notável, em linha com o Bernard que foi meu professor (em 1986, ano em que Chernobyl caíu na cabeça do professor da nuclear, que alguns dias antes tinha dito... que aquilo nunca, nunca poderia acontecer.... depois queria chumbar-me.....) no Mestrado de Economia de Energia, e que acompanhei no Encontro de Paris sobre a nuclear há 4 ou 5 anos, com muito prazer.Obrigado ao meu velho amigo C.P. que me disponibiliza no anexo que envio!
As nucleares a continuarem são um risco, enorme, enorme. Ou melhor ainda maior.
Carlos Antunes In Memorium
Tínhamos uma relação cordial, no meu blog conto a divertida última vez que nos cruzámos e almoçámos. Não o trago aqui pelo anti-fascismo e papel notável que teve na resistência, embora ache que a ecologia política deva ser a defesa intransigente da democracia política, assim como anti-racismo e feminismo que ele teorizou num livro de referência "Ecosocialismo" julgo que com a Isabel do Carmo.
Deixa um espaço e uma memória inolvidável, também para todos os que defendem uma ecologia política, mesmo que com dúvidas sobre o conceito do livro dele, com muitas convergências e, claro, divergências, também.
not enough
pois é:
não chega, nunca chegará!
"Venturas" e nuclear
não é o dito mas os seus amigalhaços:
https://thebulletin.org/2021/01/a-threat-to-confront-far-right-extremists-and-nuclear-terrorism/
por palavras ou actos querem destruir as liberdades públicas, os direitos todos, em nome de não se sabe, nem eles sabem, do quê.....
mas sabemos quem está por trás:
https://www.commondreams.org/views/2021/01/21/how-fossil-fuel-industry-funds-fascism
dito está!
+ minas....
A luta contra a mineração e por outro modelo de desenvolvimento e sustentabilidade a sério e não só em palavras é a grande luta dos nossos tempos.
Impôr lógicas de reciclagem de materiais e poupanças é o caminho, compatível com a manutenção de algumas minas com critérios e cuidados de melhor compatibilização ambiental. Biden está a dar um exemplo, sendo que para já a suspensão de algum dos fracking e da mineração no Artico é caminho.
Este é mais um exemplo para os nossos "sustentabilistas":
https://amazonia.org.br/2021/01/mineracao-causa-morte-de-trabalhadores-e-miseria-na-amazonia/
morte e miséria! E degradação, também, ambiental.
Acordo de Paris
está de volta. Parece que não viviamos.
pelo menos agora temos alguma esperança.
Biden notícias
era para escrever boas, mas fugiu-me o lápis:
a proposta de acordo com a Rússia, o retomar do acordo com o Irão são passos na boa direcção.
Comunicação Social
Hoje este envio irá também, nalguns casos em duplicado, para a comunicação social não inscrita, dada a relevância de algumas questões que levantamos, no quadro de algumas discussões e polémicas.
Como temos referenciado o pensamento e as práticas ecologistas no nosso país estão muito degradadas, seja por mesquinhos interesses pessoais e arrivismos, basta ver as guerras de alecrim e marjerrona que degladiam grupos na prática só vivendo de passados heróicos e virtualmente extintos, ou o reduzido pensamento ecologista que, felizmente, encontra outros espaços mediáticos (parabéns, são amigos que estão com o O.I.E.).
Trocar uma identidade de ecologia política por pratos de lentilhas ou lógicas excelianas é infelizmente com as excepções que aqui tenho referido com apreço a dominância.
Recentemente, numa grande entrevista, contei o inicio da minha ecologia política, com o Afonso Cautela e o Gonçalo Ribeiro Telles em 1975/76. Com erros, más companhias, e desventuras, alguns/mas, e também, com os companheiros de sempre do Gonçalo e alguns, poucos outros, que se têm vindo a agregar, e dos que podem louvar Gonçalo Ribeiro Telles sem hipocrisia, continuamos.
"Não há ventos que não prestem nem marés que não convenham, nem forças que me molestem, correntes que me detenham." A natureza, também, sou eu!
Impensável, Impensável!
que qualquer grupo ecologista, bom qualquer grupo ecologista sério embarque nalgum projecto de defesa de mais um, mais um aeroporto, seja onde seja.
Temos aeroportos mais que suficientes.
1ºTemos que defender, mesmo sem a pandemia a ajudar, menos, muito menos voos, e alteração do paradigma aereo.
2º Temos que ter um plano global, mais ferrovia, e ligação aos aeroportos existentes, Faro, Beja e MonteReal.
3º Temos que integrar a lógica de colocar Beja para os intercontinentais (+ 1 hora a Lisboa de comboio, em 8 a 12 horas!) e MonteReal para os lowcosts e voos europeus de mais de 3 horas) e ir phasing out a Portela, que sou favorável se mantenha como aeroporto de Estado e voos para as ilhas, e numa 1ª fase ainda para a restante Europa (menos de 3 horas de voo)
https://www.lexpress.fr/region/pays-de-la-loire/projet-aeroport-notre-dame-des-landes_1619369.html
agora defender outros, mais um aeroporto, seja em Alcochete, seja em Pegões, seja no alto da Serra da Estrela (aplanava-se, como se enchia o buraco da Ota!) é um rotundo disparate, com mais ou menos Excel a justificar, a solução dentro da caixa.
Isto é política meus caros!