Pensar como uma árvore?
de artigo de opinião de António Araujo:
#a leitura de um dos livros mais encantadores, belos e poéticos que li nos últimos tempos, “Pensar como uma montanha”, de Aldo Leopold, há pouco editado ou reeditado pela Maldoror*, sempre fantástica. "O bando emerge das nuvens baixas, um esfarrapado estandarte de aves, juntando-se e afastando-se, mas avançando, com o vento a batalhar amorosamente a cada bater de asas. Quando o bando não é mais uma mancha no céu longínquo, ouço o último grasnar, dobrando a finados pelo Verão." Conheci-o pela mão sempre sábia da Ana Coelho, da Palavra de Viajante, uma das melhores livrarias de Lisboa e do meu mundo tão pequeno. A dado trecho, Aldo Leopold, que trabalhou quase 20 anos nos Serviços Florestais dos Estados Unidos e foi figura-chave do movimento conservacionista americano, descreve o abate de uma árvore antiga, o lento avançar da serra pelos círculos concêntricos do seu tronco; em cada um desses círculos, correspondente a uma década, fala do que ia sucedendo no atribulado reino dos homens. A História patente em madeira.#
E com uma nota de sublinho para a Palavra de Viajante e a Ana!
* lembro-me uma edição, penso que de J.C.M.; com idade adolescente!
Sobre a I.A.
Não nos cruzamos há muito (com V.S.M.), mas há 15 dias falei sobre I.A. e a propósito do manifesto neste referido por ele, fui muito mais radical. Não serve absolutamente para nada, a não ser para fazer o jogo de alguns sectores do capital financeiro ( ou militar-industrial) que se estão a atrasar. Mas atrasar para quê?
https://www.dn.pt/dinheiro/a-inteligencia-artificial-somos-nos-16140530.html
pois na corrida, a alta velocidade para o abismo, que pensam sobrevoar para Marte (o tal Musk, talvez criptogenado), e para a desumanidade.
Disse nessa sessão que deveríamos ler, analisar, pensar e sair desta deriva digital e passear, cantar, namorar. Ousar usar as velhas, velhas tecnologias e andar devagar, não acreditar nos média da Hegemonia ou o numérico dela resultante. Dir-me-ão e quê? Pois penso que ao menos teremos o poder de viver a nossa vida, cada vez mais reduzida é certo, como no quarto de Boris Vian.
Não são precisos milagres
Já aqui referi este:
https://www.kirkusreviews.com/book-reviews/mark-z-jacobson/no-miracles-needed/
a que ora dei uma segunda leitura. A menção acima é escassa, este livro excela na crítica à nuclear (arrasa os SMRs e claro nem menciona a ficção cientifica da fusão), além de elaborar como referidas as várias tecnologias (fiquei fascinado com a possiblidade que M.C.P. me confirmou, a lógica de gestão do solar térmico!), e integrando a eficiência e articulando desde o fim do garimpo e as alternativas até desenvolvimentos de políticas globais ou locais. Um manual de consulta, com muitos dados novos e um enquadramento muito incisivo. Com isto nem era preciso a santa Greta andar por aí a poluir, ou conferências a esmo para discutir o que já se sabe ( e ninguém calcula as emissões dessas, e atenção a aviação também é aqui abordada!). Leiam, leiam este livro, com uma apresentação de um dos nossos.
Irei mantê-lo presente.
Uma opinião exemplar!
Pois, entre nós já não há um único, um único orgão de informação, nacional, com decência (salvo meritório trabalho de alguns jornalistas aqui e ali!)
este é exemplar. De um livro que estou a ler, de um jornalista, que vive em vigília permanente:
Un journal n'est un journal que s'il fait autorité, montrant qu’il est prêt a perdre de l'argent et des lecteurs pour ne pas avoir publié des nouvelles qui détruisent mais ne construisent rien.
Sans éthique, il n'y a pas d'information, il n'y a que la diffamation, les ragots et les bavardages.
É isso que alimenta o correiodamanhismo, o teresasousismo, e a restante tralha, A falta do mínimo, o mínimo, de ética
Inversão ou extinção
Pois um livro com sementes:
http://signos.blogspot.com/search/label/Ecologia%20pol%C3%ADtica
e espaço para discussão.
in memorium
passou-me, completamente, este passamento, de um dos grandes escritores de sempre, dia 3 de Março:
https://www.babelio.com/livres/Oe-Notes-de-Hiroshima/345759
e aqui:
https://www.estadao.com.br/alias/kenzaburo-oe-usou-a-arte-para-reparar-a-dor-humana/
de que este, entre outros, livro é uma referência incontornável.
Hoje que vivemos, novamente, à beira desses tempos, ler este é um mergulho na loucura dos homens (e das mulheres!) que fazem a Hegemonia, contra a qual somos com a toupeira.
Mulheres
são mais de metade da humanidade (sem contar com os trans!) e são a única hipótese de futuro:
https://elpais.com/planeta-futuro/2023-03-07/cinco-mandamientos-que-maleducan-a-las-mujeres.html
aqui 5 estórias de resistência, coragem e iluminação!
Porque será?
porque será que ninguém, ninguém fala dele, porque será que ninguém o ouve?
https://editionsdelaube.fr/catalogue_de_livres/de-guerre-en-guerre-2/
tal como não ouvem o Papa Francisco ou os resistentes à Guerra e Objectores, os não violentos e defensores da resistência civil e dos direitos humanos.
só se ouvem, até quando?, os arautos da guerra, o discurso único, a hegemonia. Aqui e do lado de lá, o mesmo.
É Hora de Agir
Destruindo o ambiente
a coberto de sustentabilidade:
" Saiu o DL 11/2023 com os exaltantes propósitos de diminuir a burocracia, mas entre outros problemas que aquele diploma levanta, há este que eu gostaria bem de ver abordado ; a implantação de parques de painéis fotovoltaicos até 100 ha dispensa uma AIA,